Estação de Metro de São Sebastião, 8:37

Filas de glúteos subindo os degraus, um a um, de forma ordeira. Uma luta terrível contra o tempo, contra o tecido das roupas, contra a meteorologia das massas frias e húmidas, contra o betão sufocante, contra as correntes que esticam até onde devem esticar. Os rostos pesados, cansados, cinzelados pelo desmazelo da terrível morte quotidiana. Os rostos fechados que gritam o desespero dos animais domesticados, julgando-se livres – tontos – na selva urbana. 

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