A rapariga entendia muito pouco a dança. Percebia o movimento, a frequência; essas coisas a que os materiais estão sujeitos. Havia lido, também, algures, que os seres humanos, feitos de carne e osso, têm muito em comum com as estrelas, a um nível atómico. Então, deu por si a olhar para cima: o céu noturno brilhando em pequenos pontos de luz. Comoveu-se. Principiou o movimento rotacional: o dorso dobrado, os braços esticados, tentando alcançar o horizonte celeste. O seu caos interno como ignição: uma bailarina movendo-se segundo o ritmo da vida; uma estrela dançante movendo-se segundo o ritmo da vida.
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