Às vezes, mais vale não mexer nos sonhos, para não os estragar. Deixá-los na prateleira, junto aos bibelôs da casa dos nossos avós. Eles sempre nos alertavam que não lhes tocássemos, com as nossas mãos infantis e descuidadas, porque não eram brinquedo e se podiam partir. E assim ficávamos, a contemplar os bibelôs e a sonhar com as histórias de cada um: de onde viriam, para onde iriam, depois. Pelo menos, eu sonhava. Acho que ainda sonho.