TU

Quis escrever um poema

onde coubessem os teus olhos,

a tua boca, os teus braços,

as tuas pernas,

mas não consegui.

És demasiado grande para espaços

fechados – e as palavras demasiado

pequenas.

Depois olhei a rua da janela, o sol,

as gaivotas com restos de mar nas suas penas.

E imaginei todos os cantos do teu corpo

onde sonhei fazer poemas.

Pousei a caneta e percebi: nenhum horizonte

cabe nas margens do papel.

E o poema encurtou,

até caber no meu peito:

TU

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